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Rui Oliveira

Nesta publicação deixamos o percurso de vida do professor Rui Oliveira, Coordenador do Mestrado de Engenharia Química e Biológica, que tinha o sonho de ser jogador profissional de andebol, no entanto, a vida trocou-lhe as voltas e, depois de passar pela FEUP, realizar a sua tese de mestrado na Alemanha, criar de várias Start-up's e passar pelo MIT, é agora nosso professor na FCT.

Antes de ingressar no ensino superior, o seu sonho era ser profissional de andebol, sendo que chegou a fazer parte da seleção nacional. Infelizmente, um atropelamento com grande gravidade colocou o aluno Rui Oliveira internado durante meio ano e obrigou ao abandono da sua carreira desportiva devido a uma lesão irreversível.

Devido ao acidente, foi-lhe dada uma indemnização financeira, na qual metade desse valor foi utilizado na compra de um computador “topo de gama”, quando já estava a estudar Engenharia Química na FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto). A partir desse momento, começou a ganhar gosto pela engenharia.

Durante o curso, optou por estudar informática industrial, onde se especializou posteriormente nessa área. Ingressou também na área da investigação muito cedo no 4º ano, através de um contrato de investigação.

No seu 5º ano do curso, teve a oportunidade de fazer o doutoramento em Hanôver, na Alemanha, com o auxílio de uma bolsa, visto que esse foi o primeiro ano em Portugal em que ofereceram bolsas de estudo para estudantes com estatutos normais.

Durante o seu doutoramento, teve de se mudar para Halle, pois o seu professor para se tornar professor catedrático, tinha de mudar de Universidade, onde contratou o Profº Rui Oliveira como investigador. Após defender a sua tese de doutoramento, ainda trabalhou 1 ano em Halle, até que decidiu regressar a Portugal.

O seu tema de doutoramento foi acerca da Modulação Híbrida de Bioprocessos, que envolve matérias de inteligência artificial e sistemas de engenharia clássica. O profº confessa também que este tema foi “muito à frente do tempo”, visto que hoje em dia é algo bastante falado e uma área em constante expansão. Para além da bolsa, o seu doutoramento foi financiado por uma empresa holandesa, que é conhecida por ter iniciado o primeiro processo industrial da área biológica, através da produção de penicilina. Por este motivo, o profº tinha de se deslocar entre Delft, na Holanda e Hanôver.

Ao regressar a Portugal, integrou o Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) no Porto. Nesta altura, várias empresas alemãs queriam contratar o profº e até houve uma empresa em particular que enviou 2 colaboradores para o entrevistar no Porto. Após a entrevista, foi-lhe oferecido um salário superior ao do Presidente da República na altura para voltar para a Alemanha, mas o profº recusou a oferta.

Mais tarde, ao repensar se ia voltar para a Alemanha, saíram 2 anúncios para professor na Universidade Nova de Lisboa, onde acabou por ganhar a posição de professor auxiliar. Durante este período, sempre teve a ideia em criar Start-Up's, pois sempre achou que a área de empreendedorismo tinha vindo a crescer bastante, e acreditou que a criação de novas empresas podia ajudar de certa forma o País. Ao todo, chegou a criar 5 Start-up's, 3 na FCT e 2 no Porto, onde o seu projecto mais conhecido foi a MediaOmix.

Este projecto era algo em que o profº acreditava bastante, ao ponto de “não ver mais nada à frente”. O seu grupo publicou e patenteou a ideia e competiram em vários concursos, inclusive o MIT Portugal em 2012, onde o MediaOmix foi premiado com um valor de 100.000€ na área biológica. Mais tarde, após concorrer à Portugal Ventures, ganharam um financiamento de 500.000€. Nesta altura, foi criada a empresa onde se começou a contratar colaboradores, incluindo 3 alunos de doutoramento da Nova.

De modo a desenvolver este projeto, o Profº fez algum tempo de sabático para ir ao MIT, onde abdicou do regime de exclusividade da faculdade, sofrendo uma redução substancial no ordenado. Após algum tempo, o investimento acabou, não sendo suficiente para levar a empresa a um ponto de autossustentabilidade, pelo que a MediaOmix teve de acabar em 2017. Todos os anos, o profº vai a Coimbra contar a história da MediaOmix, em como uma Start-up nasce, arranca, estabiliza e eventualmente morre.

Depois da MediaOmix, o profº deixou, de certa forma, o empreendedorismo, porque foi algo que o desgastou bastante, arriscando bastante. De 2 em 2 anos, o profº organiza uma Summer School com o Dr. Mortiz von Stosch, atual CIO da DataHow, acerca do tema de Modulação Híbrida.

Atualmente, com cerca de 2800 citações e 86 publicações (de acordo com os dados disponíveis na Nova Research Portal), o professor Rui Oliveira é o atual coordenador do curso de MIEQB, estabelecendo uma ponte entre professores e alunos, de forma a contribuir para o curso de Engenharia Química e Biológica continuar a proporcionar um ensino de excelência.

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