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OMNOVA - João Ribeiro

O João Ribeiro realizou o estágio curricular com duração de três semanas na OMNOVA na área de Investigação e Desenvolvimento em fevereiro de 2022, em Algueirão-Mem Martins. A entrevista foi conduzida pela Ana Filipa Carvalho.


 

Vamos começar por perceber como era o teu dia-a-dia.

Eu estive a trabalhar no laboratório de Investigação e Desenvolvimento, ou seja, no laboratório que era responsável por desenvolver novos produtos e testá-los. Basicamente, um cliente pede um produto com determinadas características e neste laboratório são realizados os ensaios necessários para atingir as metas ou pelo menos para atingir a solução viável mais próxima do produto desejado.


No teu ano havia três opções para a OMNOVA. Existia a área que tu escolheste e mais duas, consegues explicar sucintamente no que consistiam?

Na zona onde estava, existiam três laboratórios. O de Investigação e Desenvolvimento, que eu já expliquei, mais ou menos, no que consistia; o de aplicação técnica que testam as soluções desenvolvidas pela OMNOVA,que não desenvolve produtos finais, mas sim as emulsões que vão ser utilizadas por exemplo para tintas, adesivos; e por fim, o laboratório de controlo de qualidade que é responsável por fazer todos os testes das amostras que saem da fábrica e também das matérias primas que entram.


Dentro da área em que estiveste, que atividades é que fazias?

Tive a possibilidade de acompanhar e ajudar nos ensaios que eram realizados todos os dias, eram ensaios um pouco longos, normalmente duravam o dia inteiro e podia ajudar ou fazer ensaios mais curtos, mas sempre com acompanhamento. Também tive a oportunidade de fazer um trabalho mais individual, a parte das análises e testes necessários para podermos tirar conclusões, como pH’s, filmes, viscosidades, potenciais redox e esses tipos de análises.


E gostaste daquilo que fizeste, ou achaste que as tarefas eram dadas só para estares ocupado?

Eu gostei do que fiz, tive a hipótese de aprender muita coisa. Aqueles eram testes realmente necessários e se não fosse eu a fazer, alguém teria feito. Então acho que tiveram alguma utilidade, não foi só para “encher o tempo”, por assim dizer.


E sentiste que te acrescentou alguma coisa a nível curricular? Sentes-te mais preparado para entrar no mundo do trabalho?

Sim porque acabei por aprender bastante sobre como funciona um laboratório. Mais concretamente, um laboratório de investigação que se calhar ainda não tinha uma ideia formada. Percebi também como funciona uma empresa e uma fábrica no geral, que é algo que conseguimos imaginar como é, mas só quando estamos lá é que percebemos mesmo como funciona. Sinto-me mais preparado agora. Também perdi algum medo que se calhar teria. Por isso, sinto-me mais preparado agora do que sentia antes do estágio.


E achas que é um trabalho que te vês a fazer no futuro?

Sinceramente, não me imagino a trabalhar nesta área, pelo menos a longo prazo, não quer dizer que não o faça de todo. Já tinha essa ideia antes de fazer o estágio, mas acho que também foi uma experiência positiva por isso mesmo, pois permitiu-me confirmar algo que eu já suspeitava e que de outra forma, não teria hipótese de testar e até poderia ter experimentado uma área que me despertava algum interesse.


Havia pessoas que tiraram o nosso curso cujo trabalho pudeste observar?

Sim, por acaso os dois engenheiros que trabalhavam comigo no laboratório tinham acabado o nosso curso na FCT já há uns anos. Eu não trabalhava diretamente com eles. Acompanhava mais os analistas, por isso não tinha muito contacto apesar de falar todos os dias com eles. Os engenheiros atribuíam-me tarefas, mas não foi o trabalho deles que eu acompanhei de perto.


Vias-te a fazer o trabalho que eles faziam no dia-a-dia? Conseguiste perceber o que eles faziam?

Por acaso gostava de ter tido um contacto maior com a área de trabalho deles, acho que teria sido mais interessante perceber o porquê das alterações, das decisões que eram tomadas, como é que chegavam a essas conclusões. Mas também percebo que, sendo um estágio tão curto, não fosse fácil acompanhar o trabalho deles.


Em relação às tarefas que te atribuíam, sentias que tinhas as competências necessárias para fazer o que era preciso ou tinhas de pedir ajuda?

Ter medo de fazer algo errado ou não saber o que fazer era um dos maiores receios que eu tinha ao ir para o estágio. Acho que é um receio generalizado, pelo menos, das pessoas com quem falei. Mas, por acaso, foi sempre muito fácil e nunca me deram uma tarefa sem a explicarem antes ou poder acompanhar como se fazia ou sem explicarem o porquê de ter de ser feito. Eles sempre se mostraram muito abertos para esclarecer qualquer dúvida que tivesse. Senti-me muito acompanhado, então o medo que tinha inicialmente, rapidamente desapareceu. Acabei por me sentir à vontade a fazer as tarefas porque tinha essa segurança de saber que tinha apoio.


Se hoje pudesses escolher outra vez a empresa onde querias estagiar, farias a mesma escolha?

Acho que sim. Gostei do que fiz e foi uma experiência positiva. Sinto que apesar de tudo, saí a ganhar e não mudava a minha decisão.


Mudavas alguma coisa no teu estágio?

Como eu disse antes, a única coisa que eu gostava de ter tido mais contacto era com a parte que era feita pelos engenheiros do desenvolvimento, das ideias em si e do porquê das suas decisões. Não tive essa hipótese porque o estágio durou 3 semanas. Talvez se fosse um pouco mais longo, teria oportunidade de acompanhar essa parte.


Sentiste que o estágio contribuiu para o afunilamento das tuas intenções de futuro emprego na área?

Eu já tinha ideia que não queria trabalhar em investigação. Serviu para perceber que não era exatamente aquilo que eu achava, mas mesmo assim ajudou-me a perceber que não é mesmo investigação que eu quero fazer.


Sentiste necessidade de alugar uma casa para ficar perto do local do teu estágio? Quanto tempo demoravas de viagem até ao local?

Não senti essa necessidade, eu moro relativamente perto do local do estágio e tive a sorte de fazer o estágio na mesma empresa que um amigo meu então. Deslocava-me de transportes até ele e aproveitava a boleia. Ao todo demorava cerca de 45 minutos a chegar.


O estágio foi renumerado?

Não. Mas tínhamos direito a almoçar na cantina.


Em termos de horário, como é que funcionava?

Eu trabalhava das 8h às 17h e tinha uma hora de almoço que não era fixa, variava por questões de segurança porque tinha de haver sempre duas pessoas no laboratório. Só saí mais cedo no último dia do estágio.


Tens algumas dicas para quem vai fazer agora o estágio?

A melhor dica, voltando um pouco ao que já falámos, é não ir com medo. Acho que muita gente sente receio e está fora do nosso controlo. Mas não tenham mesmo medo porque ninguém está à espera que saibam fazer tudo e que não tenham dúvidas. Ninguém vos dá nada para fazer sem antes garantir que o conseguem fazer. Podem estar à vontade, toda gente está disposta a ajudar, pelo menos onde eu estagiei.


Então sentiste que qualquer dúvida que tu tinhas, havia pessoas disponíveis para ajudar?

Sim, eles até incentivaram isso mesmo. Uma das coisas que mais me diziam era que o objetivo era eu aprender e tomar conhecimentos da área e perceber como tudo funciona e que para isso eu tinha mesmo de fazer perguntas sem ter medo de dizer algo que não fizesse sentido. Por exemplo, o meu orientador no final do dia vinha falar um bocado comigo para explicar o que estava a acontecer na fábrica e os projetos que estavam em desenvolvimento, então sentia-me à vontade para lhe fazer perguntas e sinto que esse foi um aspeto bastante positivo.


E, por fim, como era o ambiente de trabalho?

Era um ambiente muito bom, toda a gente era super simpática, disposta a ajudar e como as equipas não são muito grandes deu para conhecer quase toda a gente e havia um ambiente muito tranquilo.


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