top of page

José Maria da Fonseca - Paulo Farinha

Onde é que estagiaste?

Estagiei na José Maria da Fonseca, em Azeitão, que é uma empresa de produção de vinho.

Em que atividades consistiu o estágio?

Inicialmente, disseram-me que ia experimentar um bocado de tudo. O estágio tinha a duração de, praticamente, 2 meses. À partida, ia ficar sensivelmente uma semana em cada zona e, nas últimas, tendo já passado por todas as áreas, escolhia aquela de que mais gostava e era onde ia ficar a trabalhar. Não correu como o esperado e acabei por ficar mais nos sistemas de gestão e gestão da produção.


Olhando para esses 2 meses de estágio, fizeste mais burocracias ou mais trabalho de campo e investigação?

Foi principalmente burocracias e trabalho de secretária.


Sentes que foi uma experiência proveitosa? Sentes que te acrescentou alguma coisa curricularmente?

Acho que qualquer estágio é sempre proveitoso. Mesmo que não faças nada, sempre ficas com alguma ideia de como é vida de trabalho. Nunca vai ser exatamente igual, pois no estágio vais sempre realizar o trabalho que os outros trabalhadores não querem fazer, mas obviamente é sempre mais proveitoso ter do que não ter.


Que aspetos positivos é que consegues retirar do estágio? Não tem que ser forçosamente sobre o curso, podem ser soft skills também.

Fiz algumas formações em termos de soft skills e deixaram-me assistir a outras, por isso, em termos dessas capacidades considero que aprendi. Para além disso, tive uma formação de Segurança no Trabalho. Adicionalmente, acho que aprendi a manter uma boa postura no local de trabalho. Mesmo quando não estava a realizar nenhuma tarefa, sentia que não podia passar todo o tempo ao telemóvel como fazia habitualmente, tinha de passar uma boa imagem.


Consegues descrever um pouco o trabalho de secretária que fizeste?

A maior parte do trabalho que realizei foi em Excel (fazer listas e semelhante). Uma tarefa que fiz bastante foi ver os recibos de 2015/2016 dum certo material, para ter noção da dimensão do mercado, para depois ser usado num projeto com o intuito de melhorar a operação. O objetivo era comprar um bebedouro, em vez de comprarem garrafas de água, para ser mais sustentável e de modo a gastar menos plástico. Quando o responsável do projeto se dedicava ao mesmo, eu realizava outras tarefas. Também me davam materiais para fazer o dimensionamento do mercado e tive que realizar relatórios, mas nunca fugiu muito ao Excel.


Dizes que o trabalho era muito em torno do Excel. Sentes que tinhas as bases necessárias em Excel (no programa) para fazer esse trabalho, ou tiveste que aprender lá alguma coisa?

Considero que já tinha as bases necessárias, até cheguei a ensinar algumas coisas. Uma vez, ao fazer uma tabela, outros trabalhadores ficaram surpreendidos com as minhas capacidades e pediram-me para lhes ensinar. Senti que, para este estágio em específico, aquilo que aprendi nas diferentes cadeiras na FCT era suficiente.


Arrependes-te da “escolha” que fizeste, ou se pudesses voltar atrás tinhas feito a mesma escolha que fizeste?

Eu gostei do estágio, foi bastante divertido. Ao mesmo tempo, considero que foi uma má escolha, por causa do ambiente de trabalho. Na área de gestão, eram só mulheres entre os 30 e 50 anos, sendo que a maioria já tinha filhos e era esse sempre o tema de conversa. Só mais para o final é que melhorou, quando apareceu uma colega da FCT para estagiar, mas no início foi um pouco mau, porque ninguém falava comigo.


O que é que mudavas? Não me digas que era só as tuas colegas e as conversas sobre os filhos. Há de haver outra coisa. Se calhar tinhas uma perceção do que era um estágio antes, que depois confrontaste com aquela realidade. O que mudavas então para que o estágio fosse mais correspondente ao que querias?

Para além do ambiente, gostava de sentir que fazia parte da equipa e que estava mesmo a fazer diferença, apesar de considerar que cheguei a fazer alguma.


Já agora, foi remunerado? Tiveste alguma bolsa?

Não foi remunerado, mas davam-me o almoço na cantina.


Então o que mudavas era só mesmo teres tarefas mais importantes?

Sim, acho que nem era preciso ser remunerado, embora seja sempre um positivo.


O estágio contribuiu para um afunilamento das tuas intenções de futuro emprego na área? Consegues perceber mais agora o que queres fazer no futuro?

Já tinha alguma experiência de investigação. Comparando com isso, eu prefiro mesmo a produção. Em termos de áreas, ainda não sei bem o que quero. Nem me importava nada da área alimentar. Quando estive lá, até fiquei bastante impressionado. Já tinha algum interesse, mas não consigo comparar um só estágio com nada, como se já tivesse feito três ou quatro. Tenho uma ideia generalizada da secção alimentar, mas ainda não experimentei outras.


Como é que tencionas resolver esse problema?

Só fazendo mais estágios. Acho que é só mesmo experimentando. Se não gostar, tenho que mudar. Com a experiência logo se vê.


Que dicas podes deixar a quem vai fazer os estágios agora?

Em termos de dress code, é sempre melhor ires relativamente bem vestido. Eu ia sempre de camisa e de polo, passa sempre melhor imagem. Relativamente ao estudo, eles não vão dar nada que seja completamente importante. A não ser que peçam um trabalho de investigação, para apresentar no fim um relatório, como aconteceu com alguns colegas. Aí, seria necessário estudar essa parte. De resto, não precisas de estudar antes, só durante.

Quanto à postura, evitar estar ao telemóvel, parecer o mais produtivo possível, mesmo se isto (por isto entenda-se o estágio) não seja assim tão importante. É sempre melhor passar boa imagem. Evitar mesmo, até quando não se esteja a fazer nada. Eu estava com o computador à frente e não estava em nenhuma rede social, estava a estudar, para não parecer mal.

Comments


bottom of page