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Font Salem - Margarida Baptista

Onde é que estagiaste?

Estagiei na Font Salem, uma empresa de refrigerantes e cervejas situada em Santarém.


Sentiste necessidade de alugar casa para ficares perto do local do teu estágio? Quanto tempo demoravas de viagem até ao local?

Tive de alugar casa. Não consegui arranjar perto da fábrica, porque não há nada lá perto. Aluguei perto do Politécnico de Santarém, mas também havia casas perto da Agrária. Levei carro e demorava cerca de 15 minutos a chegar lá.


Em que área/áreas incidiu o estágio?

Incidiu principalmente na área do Controlo de Qualidade. A fábrica tem dois laboratórios: o de Físico-Química e o de Microbiologia. Fiquei no segundo.


Dentro da área que estiveste, que atividades realizaste?

Eu tive a sorte de, no início, acompanhar uma estagiária que já lá estava há 5 meses, o que me ajudou a aprender mais coisas do que o esperado. Fiz toda a análise microbiológica a garrafas e latas lavadas, águas de limpeza, águas de processo, refrigerantes e cervejas. Fazia a filtração e colocava em meios de cultura, para depois controlar o crescimento de microrganismos, de forma a saber se o produto era próprio para enviar ao cliente. Fiz também a limpeza das linhas de produção: recolhia a amostra com uma zaragatoa e colocava-a num meio. Se houvesse mudança de cor, estava contaminada. Realizei a adega, que é uma recolha de amostras pela produção de cerveja (em tanques leveduras, fermentadores e guardas, que é onde se guarda a cerveja). Plaqueava-as em meio de cultura para depois as incubar.

Para além disto, como era uma fábrica de alimentos, era necessário fazer provas aos produtos. Ou seja, de vez em quando tínhamos de provar cidras e sumos, para ver se estavam próprios para consumo, tendo em conta o tempo em que lá estavam e até mesmo quando estavam fora do prazo de validade.


Sentes que foi uma experiência proveitosa? Sentes que te acrescentou alguma coisa curricularmente?

Sim. Devido à pandemia, não tive aulas práticas de Microbiologia, por isso, sinto que aprendi imenso. Por exemplo, entendi como se faz o espalhamento à superfície e até a realizá-lo com alguma rapidez, porque o trabalho o requeria. As minhas capacidades foram desenvolvidas a esse ponto.


Que aspetos positivos é que consegues retirar do estágio? Não tem que ser forçosamente sobre o curso, podem ser soft skills também.

Desenvolvi o espírito de trabalho em equipa e, principalmente, o sentido de responsabilidade. Havia coisas que se não fossem feitas por mim, ninguém as fazia. Por exemplo, como era um laboratório de Microbiologia, era necessário lavar e esterilizar todo o material que era utilizado para a fábrica. Isto tinha de ser assegurado por mim. Se não o fizesse, não havia material para a fábrica inteira.


Sentiste que possuías as competências necessárias para o que te era pedido?

Sim, senti, apesar de ter noção de que não trabalhava em laboratório há muito tempo. Eles assumem que não sabemos nada, por isso explicam-nos tudo. Tive muita sorte com a técnica de laboratório que me acompanhou porque ela soube da minha situação com a Microbiologia e teve o cuidado de me ensinar o que era necessário nessa área, até coisas mais teóricas.


Se pudesses voltar atrás tinhas feito a mesma escolha que fizeste, relativamente à empresa onde realizaste o estágio?

Sim. Sempre me vi a trabalhar nas áreas da cosmética, farmacêutica ou alimentar. Sendo que a Font Salem era a única empresa da indústria alimentar na nossa lista, foi a melhor escolha para mim. Adorei trabalhar lá, é uma experiência de estágio ótima. Deu para perceber como funciona o Controlo de Qualidade numa fábrica.


O estágio foi remunerado? Quanto à alimentação, tinhas subsídio de alimentação ou refeições incluídas?

Não foi remunerado. Eles davam-me almoço na cantina.


Tinhas alguma regra, em termos de dress code e segurança?

Eles ao início perguntam se temos bata. Aconselho a dizerem que não têm, as batas deles têm barras refletoras e, se for necessário andar pela fábrica, têm essa segurança. Dão óculos, touca e até as botas de trabalho e máscaras. Todos os Equipamentos de Proteção Individual são assegurados por eles. Não precisei de luvas, porque só trabalhamos com alimentos e não corremos o risco de nos queimarmos, ou algo do género.

Em termos de dress code, vão confortáveis. Sinto, até, que se fosse de fato de treino eles não se iriam preocupar. Aconselho qualquer pessoa que vá para lá estagiar que leve roupa com bolsos, porque vão precisar. No primeiro dia não levei e senti falta, porque não tinha onde colocar as coisas.


O estágio contribuiu para um afunilamento das tuas intenções de futuro emprego na área? Consegues perceber mais agora o que queres fazer no futuro?

Não diria que isto é o que quero fazer no futuro. Gostei de o fazer e é uma das opções, mas não a primeira. A vida de laboratório é muito repetitiva. Num mês até é bom, mas mais do que isso não. Gostava de expandir mais os meus horizontes.


Que dicas podes deixar a quem vai fazer os estágios agora?

Não tenham medo de fazer perguntas. Tal como a técnica de laboratório me dizia, mais vale perguntar do que errar. Falem com as pessoas e vão à vontade. Eu criei uma ótima relação com a técnica e sei que, se precisar, posso entrar em contacto com ela.

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